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Mostrando postagens de janeiro, 2011

A Macro e a Micro-Violência

A violência nunca é um fenômeno individual e isolado, se quer posso crer  na existência de qualquer outro fenômeno que seja completamente individual, porque o individual é reflexo do macro, como o macro é um reflexo do micro, tudo se interpenetra para a criação de um todo, de um conjunto que se interage através de múltiplas vias. A violência é uma linguagem, uma forma de expressão infantil, primitiva, instintiva, reativa de causa complexa e multifacetada, mesmo após diversos estudos realizados nas mais variadas áreas do saber, como a biologia, a antropologia e a psicologia a comunidade científica não responde de forma satisfatória ao dissecar todas as nuances relacionadas ao fenômeno da violência, a não ser hipóteses diversas que ora se encaixam a determinada situação e ora não, mas nunca revelando completamente a chave da questão. Se onde está o problema está também a solução, conhecer as causas da violência torna-se uma questão de fundamental importância para o estabelecimento d

Espiritualidade Genuína

Ao falar sobre o grande desafio de se escrever sobre espiritualidade, tenho citado muitas vezes a expressão "espiritualidade genuína" para contrapor com aquilo que não é verdadeiramente "espiritual". A desconstrução é uma etapa fundamental para o aprendizado de um novo processo, sem a desconstrução não é possível o aprendizado de algo "absolutamente novo", pois mesmo se deparando com algo "novo" ou "transcendente" a "velha mente" formada por hábitos, condicionamentos, tradições, percepções, valores estabelecidos e limitações; interpretará a novidade com os seus "velhos olhos" o que naturalmente, irá deturpar a mensagem por de trás do "transcendente". Descrever para uma mente comum o que é espiritualidade é como descrever para um cego de nascença o que são cores, da mesma forma que não é fácil explicar para aquele que enxerga, que a cor tal como vista por nós, não existe da forma com que vemos, as cor

Cristãos Servos do Poder Temporal

A letra realmente mata e também dilacera. Isto é, se ela for usada com fins assassinos. O assassinato mais cruel não é aquele que derruba o corpo e o lança ao esquife, mas é aquele que nos faz esquecer a alma e impede o seu despertar (pois é mais trágico um morto-vivo, do que um morto-morto), um exemplo prático disso é a ausência de amor, o amor é vida (Deus é amor e o doador da vida), portanto, a ausência do amor é morte. Todos os tesouros que enriquecem a alma são heranças santas da divina criação, independem de qualquer aspecto da vida material ou da projeção externa diante de tudo aquilo que é visto por nós, num mundo externo e aparentemente desconexo de nossos pensamentos. Diante disso, não há dúvidas de que os tesouros pelos quais Jesus nos ensinou a buscar, os tesouros dos céus, onde não há traça que possa comer, nem ferrugem corroer e nem ladrões que possam roubar, são tesouros encontrados no âmago de nossos seres (dentro de nós mesmos), pois é aí que se encontra o reino d

AS MIL E UMA DISTRAÇÕES

Sem um ideal unificado é praticamente impossível vivenciar e reconhecer a dimensão verdadeira da existência. Nenhuma prática semelhante à religiosa que transforma a atividade dita "espiritual" numa atividade social, entre as muitas atividades cotidianas, tem o poder de conduzir seu aspirante a uma experiência genuina, ao contrário, contribui para a fragmentação da mente. As mil e uma distrações é a maior b arreira para o despertar. Chamo de "as mil e uma distrações" as muitas preocupações da mente com aquilo que não é essencial , mas por se encontrar o indivíduo aprisionado pela percepção imediata e superficial de seus sentidos físicos contaminados por pensamentos condicionados , este perde a sua conexão com o sagrado e desta forma perde a conexão com o ser. O caminho genuín o sempre dará ênfase a auto-investigação e a experiência direta com o sagrado, nenhum livro pode ser mais importante do que o Ser, nenhum mandamento será mais importante

O Medo do Desconhecido

A mente consciente possui algumas diretrizes bem definidas com relação ao que se deve ou não permanecer em seu “departamento”, uma série de razões baseadas na lógica da sobrevivência são fundamentais, para esta tomada de decisão. Uma vez tendo considerado altamente nocivo ou ameaçador um determinado pensamento cuja causa se apresenta como "insolúvel", incômoda e inquieta, a mente trata de reprimir tais pensamentos colocando-os por debaixo do tapete (inconsciente), para que ele não seja mais visto, e desta forma, libere espaço para que a mente consciente possa continuar com o seu foco no cotidiano ordinário, buscando satisfazer suas necessidades superficiais e imediatas, dentro de sua lista de prioridades diversas. O medo e os seus desdobramentos diversos são os "lixos" mais comuns a serem arrastados para debaixo do tapete. Quando ocorre a decisão de fazer a faxina, se coloca o som na caixa (me diga aonde você vai, que eu varrendo, vou varrendo, vou varrend

Um novo ano se inicia!

Quando cada minuto é novo, qual é o impacto de um ano novo? Nenhum! Escolhemos dentro da nossa maneira de viver a vida, um processo linear onde cada instante vivenciado é a soma de um instante passado, mas temos uma outra alternativa onde cada minuto vivenciado é novo e distinto e ao mesmo tempo intemporal. Uma mente que se abre para uma realidade além dos sentidos, que visualiza a grandiosidade da existência por de trás de cada fato, ato, ser, não tem outra escolha a não ser entoar um canto de profunda gratidão por Àquele que proporcionou possível tal possibilidade. É interessante notar como a demarcação do tempo dentro de um espaço é capaz de inspirar em toda a consciência humana a idéia de mudança, mas é engraçado notar que a grande maioria das mudanças nada mais são do que um meio para perpetuar a manter a mesmice. A inspiração surge, mas cabe a cada um utilizar-se desta onda para transformá-la numa força propulsora, capaz de nos mover em direção ao ponto de mutação, que nos