Pular para o conteúdo principal

Para Aqueles Que Decidiram Pela Mudança de Si-mesmos! 3ª Parte



Ouvimos por tantas vezes de outras pessoas ou de nós mesmos a conclusão: Como é difícil mudar!

Há muitos meios para se chegar à mudança e alguns deles são tortuosos, desconfortáveis, difíceis, penosos, angustiantes, que nos inspiram temor, desesperança, desânimo, descrença, etc.

Infelizmente a maioria das referências existentes em nossa cultura com relação a mudança, são referências negativas, assim, os meios tortuosos ganham destaque e por este motivo, mesmo sabendo que precisamos mudar sofremos com a procrastinação, adiamos o início deste processo, e só nos propomos a mudar realmente quando não há outra alternativa ou quando a vida, por meio de acidentes, fatalidades e imprevistos, nos obriga a nos adaptar a uma nova situação.

Nossos padrões e condicionamentos são uma espécie de cavalos selvagens que nos conduzem em nosso dia a dia, reagimos automaticamente a estímulos externos, sofremos por motivos que fomos condicionados a acreditar que são causas para o nosso sofrimento, nos irritamos, ficamos com raiva, nos decepcionamos, nos frustramos ou cultivamos ressentimentos não devido a ação das pessoas a nossa volta, mas devido as nossas exigências, expectativas, crenças, padrões de comportamento, ou seja, somos responsáveis por nossas emoções, o outro simplesmente age como um gatilho para disparar aquilo que já se encontrava dentro de nós mesmos.

Não mudar significa na maioria das vezes, permanecer na posição de vítima, diante dos acontecimentos do dia a dia, e como isto é deprimente, uma vítima é um escravo da fatalidade, está sujeito às intempéries e nada pode fazer para mudar a sua pobre situação. Sentir-se vítima é uma atitude de defesa e de desculpa, para que o indivíduo não precise dar inicio a um processo de mudança, se ele se crê uma vítima, logo, não pode fazer nada por si mesmo, para mudar a sua situação.

Nem todo caminho para a mudança é tortuoso.

Uma das maiores causas para o fracasso na tentativa de mudar está no fato, das pessoas observarem aquilo que consideram ser suas falhas, seus defeitos e seus vícios e, desta forma, tentar superá-los através do conflito direto e da guerra contra si mesmo, porém o resultado tende a ser o contrário do esperado, porque o conflito se fortalece ainda mais, pois aquilo cuja origem já está ligado a um processo conflitante, se fortalecerá se confrontado desta maneira, e o pior, cada tentativa fracassada irá gerar culpa e baixa alto-estima, dois sentimentos que são grandes obstáculos para que possamos realizar qualquer mudança.

O caminho para a mudança não deve ser tortuoso, ao começar precisamos observar este processo como o início de uma longa caminhada e, principalmente olhar o tempo como um grande aliado, manifestando gratidão pela oportunidade que temos de dar início a esta mudança, a vida sempre está nos dando novas oportunidades, entretanto, nós precisamos buscá-las, ir na sua direção e agarrá-las quando surgem.

Outro grande aliado no processo de mudança é nos interagirmos com pessoas que também estão em busca de mudanças semelhantes àquelas da quais pretendemos empreender (a jornada solitária tende a ser muito mais difícil e o fracasso muito mais provável), a ajuda mútua é uma força  poderosa e de grande potencial para nossa motivação, além de proporcionar a imensa alegria de nos unirmos através de relacionamentos sadios e profundos, ajuda-nos a trabalhar diversos aspectos das nossas emoções e o conjunto da nossa psique.

Trabalhar no sentido de desenvolver aquilo que temos de bom, nossas habilidades, nossas virtudes, também é um outro meio de nos fortalecer e assim tirar o foco dos "defeitos", nossas energias são direcionadas para uma outra direção, e os defeitos tendem a perder o impacto de sua influência gradativamente.

E o óbvio, se não introduzirmos o novo em nossas existências, como novos hábitos, nossos dias serão um mero reflexo de tudo que já vivemos, de tudo que já se passou, experimentaremos a mesmice, o tédio, o vazio, e fortaleceremos todos os nossos condicionamentos por meio da repetição de padrões.

Por de trás do óbvio há sempre uma grande sabedoria e por de trás da simplicidade há sempre grandes lições.

Só não muda realmente quem não decidiu-se mudar, ou quem não consegue enxergar meios mais confortáveis para a realização do processo de mudança, no entanto, ao ler esta postagem, já não terá mais esta desculpa, isto me faz lembrar o nome de uma cartilha que eu usei na minha primeira série; "Caminho Suave", existe sim um caminho suave para a mudança, onde o segredo está na continuidade, na observação, na vigilância, na alegria de seguir adiante, sempre!

Comentários

  1. Tom, também me identifiquei com esse texto, venho buscando uma mudança considerativa todo novo dia, por meio do conhecimento e de novas realizações, mas todos acabam dizendo que o caminho da mudança é duro e é mais facil desistir.Devo adimitir que vivendo com hábitos péssimos fica realmente quase inalcansável uma mudança real na forma de se levar a vida, mas se conseguir me desenrolar desse dogmas que foram impostos ao meu ser, é bastante claro o caminho da mudança.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comente para compartilhar amorosamente aquilo que aqui amorosamente foi compartilhado!

Grato!

Postagens mais visitadas deste blog

A Macro e a Micro-Violência

A violência nunca é um fenômeno individual e isolado, se quer posso crer  na existência de qualquer outro fenômeno que seja completamente individual, porque o individual é reflexo do macro, como o macro é um reflexo do micro, tudo se interpenetra para a criação de um todo, de um conjunto que se interage através de múltiplas vias. A violência é uma linguagem, uma forma de expressão infantil, primitiva, instintiva, reativa de causa complexa e multifacetada, mesmo após diversos estudos realizados nas mais variadas áreas do saber, como a biologia, a antropologia e a psicologia a comunidade científica não responde de forma satisfatória ao dissecar todas as nuances relacionadas ao fenômeno da violência, a não ser hipóteses diversas que ora se encaixam a determinada situação e ora não, mas nunca revelando completamente a chave da questão. Se onde está o problema está também a solução, conhecer as causas da violência torna-se uma questão de fundamental importância para o estabelecimento d

O Encontro Santo e a Reversão do Pensamento (UCEM)

É a partir do encontro santo que o processo de reversão do pensamento tem início realmente, por isso o curso em si é apenas um começo. Sua base teórica só é necessária para tornar o estudante disponível, aberto e vulnerável para este encontro e não para uma compreensão minuciosa e intelectual de como funciona todo o processo, caso contrário o estudante se sentiria paralisado pelo medo ao perceber ameaçada toda a extrutura do pensamento do ego ao sentir a presença do sagrado revelado através do instante santo. O instante santo se dá quando duas ou mais "pessoas" deixam de perceberem a si mesmas como entidades físicas separadas e através da percepção direta descobrem que na verdade são uma única presença, uma única consciência em uma só expressão da unicidade. Quando a ideia de um eu separado (que é somente uma crença profundamente arraigada na base de pensamento do ego), é suspensa através da vivência do instante santo, o medo e a culpa também são suspensos,

Quando Osho Me Ensinou a Dançar!

Quando eu o vi pela primeira vez, bailando com um vigor natural, semelhante a tornados que se formam antes das tempestades e gracioso tal como a flor ao desabrochar, eu logo me apaixonei pelo meu professor de dança, Osho. Eu me aproximei encantado, era uma experiência arrebatadora, me senti erguido aos reinos celestiais e me senti um privilegiado por poder apreciar tamanho acontecimento histórico e sem igual desde os primórdios de quando nós humanos começamos a dançar. Ao me aproximar o reverenciei com as palmas justapostas em oração e curvando-se lentamente, no qual ele me respondeu com um sorriso puro e franco tal como o sorriso de uma criança. Minhas primeiras palavras foram – Me ensine a dançar tal como você mestre! E tal foi a sua resposta: - Isto é impossível, e mesmo se fosse possível não seria algo belo, verdadeiro, espontâneo, te ensinar a dançar como eu mesmo, seria te oferecer uma espécie de cópia, que valor isto teria? – Percebendo em minha