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Mostrando postagens de abril, 2011

O Livro da Vida

Não há livro mais importante ou mais sagrado do que o Livro da Vida. Neste livro está escrita as linhas gerais da natureza, a chave de todos os mistérios, a resposta para todas as perguntas, os portais para todas as dimensões, o mapa que conduz pelo caminho da alegria plena e da completa bem-aventurança. Todos os livros declarado sagrados pela humanidade não são senão sombras do Livro da Vida, algumas mais obscuras e outras mais cristalinas, no entanto, não passam de sombras, e por assim serem, foram muitos os homens que elouqueceram diante de tais obscuridades luminosas a ponto de matarem, se matarem para matar, guerrearem e cometerem genocídios em nome de tais livros, levando ao fanatismo e a separação entre iguais. O Livro da Vida pertence a todos aqueles que tem vida, não é monopólio de nenhuma religião, grupo, seita ou sociedade secreta, está escrito no interior de cada ser e se revelará a todos aqueles que estiverem em profunda harmonia consigo, com to

A Sabedoria e a Simplicidade

A sabedoria e a simplicidade são amigas inseparáveis. Onde uma está, a outra sempre está. Para onde uma vai unidas sempre estão. A simplicidade é uma das qualidades mais 'distantes' da humanidade atual, para uma mente complicada a simplicidade é incompreensível, tal mente tudo vê através de lentes embaçadas, cujas manchas formam imagens complexas como um conjunto de arte moderna neoplasticista, cubista ou surrealista ou fórmulas matemáticas inacessíveis, para quase toda a humanidade e, por de trás desta teia que forma o véu de Maia, tudo é visto de maneira confusa e difícil de ser compreendida. A simplicidade é desconcertante para o ego, porque o eu autocentrado busca uma verdade que lhe seja árdua de ser encontrada, para que este encontro seja uma conquista sofrida, que lhe traga méritos e, que portanto o diferencie dos "egos derrotados e fracassados", tornado-o especial. Por esta razão os títulos acadêmicos são tão valorizados. Por detrás destes títulos há sempr

Crescendo Interiormente

Um dos fatos que demonstram e comprovam, a meu ver, que vivemos numa sociedade infantilizada e atrasada, é a forma como nossa cultura nos ensina a lidar com nossas dores e nossas emoções.  Crescemos e somos educados não como indivíduos dotados de um corpo emocional, não ouvimos falar de uma aparelho, como um organismo psiquíco ou  mesmo a respeito de uma dimensão subjetiva e introspectiva de nossas personalidades. Ao contrário, nossos sentimentos e emoções são adestrados para nos voltarmos sempre  para o exterior. Os adultos (onde lê-se adultos, neste tópico, deve-se ler "crianças crescidas e imaturas"), ensinam as crianças a se alegrarem através de brinquedos, jogos, cores, texturas, doces, comidas, ou seja, sempre estimulando os  sentidos com sensações rasas, sempre associadas projetadas para o exterior. Entretanto, entre adolescência e vida adulta começamos a notar a existência de diversos fenômenos que nos ocorrem em nossa psique, e muitas vezes o interior ne

O Ser e o Eu Autocentrado

Um dos dogmas humanos mais aceita por toda a humanidade é o dogma da individualidade, do ser existente separado do todo, do homem particular, da ilha distante... Este ser autocentrado procura de todas as formas se destacar perante os demais através do contraste e, para isto, busca o reconhecimento dos seus contemporâneos, parecendo não compreender que uma conquista individual que dependa de um reconhecimento coletivo, jamais será um fenômeno individual, e sim um fenômeno de um todo. A necessidade de ser especial é uma das características mais marcantes do eu autocentrado, ser ele mesmo e realizar o próprio ser não lhe basta, é necessário ter mais do que outro, mais prestígio ou mais poder, mais beleza ou mais inteligência, mais sexo ou mais espiritualidade, mais sofrimento ou mais prazer, mais miséria ou mais riqueza não importa, ele precisa ter mais e, assim ser especial, ele precisa se diferenciar com relação aos demais através do contraste, sem contraste ele se sente co

Para Aqueles Que Decidiram Pela Mudança de Si-mesmos! 3ª Parte

Ouvimos por tantas vezes de outras pessoas ou de nós mesmos a conclusão: Como é difícil mudar! Há muitos meios para se chegar à mudança e alguns deles são tortuosos, desconfortáveis, difíceis, penosos, angustiantes, que nos inspiram temor, desesperança, desânimo, descrença, etc. Infelizmente a maioria das referências existentes em nossa cultura com relação a mudança, são referências negativas, assim, os meios tortuosos ganham destaque e por este motivo, mesmo sabendo que precisamos mudar sofremos com a procrastinação, adiamos o início deste processo, e só nos propomos a mudar realmente quando não há outra alternativa ou quando a vida, por meio de acidentes, fatalidades e imprevistos, nos obriga a nos adaptar a uma nova situação. Nossos padrões e condicionamentos são uma espécie de cavalos selvagens que nos conduzem em nosso dia a dia, reagimos automaticamente a estímulos externos, sofremos por motivos que fomos condicionados a acreditar que são causas para o nosso so

Domar a Serpente

Há uma opressão própria e intrínseca à existência humana, que Sidharta Gautama chamou em sua primeira nobre verdade de a verdade da existência do sofrimento, o que o fez concluir em uma outra das quatro nobres verdades,  existir também uma causa e origem para a existência do sofrimento. A opressão é uma dessas causas, tudo aquilo que nos impõe limitações  como indivíduos pode ser considerada uma opressão, o próprio corpo é uma dos primeiros elementos restritivos da consciência humana, pois nos impede devido a limitação dos seus sentidos, de enxergarmos uma realidade mais ampla, tomar consciência de fenômenos mais sutis, de observar com precisão cada causa e efeito decorrente de todas as suas atividades e dos movimentos do mundo a sua volta, assim como exige de nós, esforços para sua manutenção, cuidado, etc. Decorrente desta opressão, das dificuldades do nosso cotidiano, da luta pela sub existência, do medo constante de diversos riscos e de ameaças consideráveis, nasce dentro do i

Realizar nossos desejos é nos fazer livres?

Houve um tempo em que a realização dos meus desejos, era visto por mim, como a realização da minha liberdade. No entanto, eu não podia perceber (ou procurava ignorar), qual era a fonte dos meus desejos, ou seja, de onde vinha o impulso para o desejo em si. Quando observo de maneira despreendida, posso admitir que grande parte dos meus desejos funcionam tal como um programa pré-estabelecido de maneira inconsciente e que só é percebido quando emergem na consciência, e quando o impulso para a sua realização é observado nos reflexos das minhas ações. Imaginem que todos os desejos de um indivíduo tenham como origem o seu meio, ou seja, todos os seus impulsos e todas as suas ações estejam direcionadas a imagens representativas de valores pré-estabelecidos, por exemplo, o "homoeconomicus" é o ideal humano mais presente na sociedade global hoje, é o tipo de individuo que concebe a sua realização por meio das suas conquistas financeiras, ele considera que quanto m

Ansiedade e Tempos Modernos - 2ª Parte

Na última postagem com este título, deixei um questionamento para o leitor, qual é a causa da sua ansiedade, quais suas origens e quais são as suas razões. Caso não tenha lido a postagem anterior, sugiro que a leia, e que reflita primeiramente sobre tais questões antes de dar continuidade na leitura desta segunda parte. Pois bem, como forma de exemplificar os motivos pelos quais eu me tornei uma pessoa ansiosa (hoje, quase um monge comparado a anos atrás, graças ao um importante trabalho pessoal de mudança e autoconhecimento), e acredito que muitas das causas que faz de mim uma pessoa ansiosa, são as mesmas causas que faz milhões de outras pessoas também ser ansiosas, porque afinal vivemos numa mesma época, fruto do mesmo desenvolvimento histórico, compartilhamos de uma cultura comum e sofremos muitas das vezes com as mesmas opressões, descreverei aqui as principais razões que me motivaram a ansiedade. Qual é a causa da minha ansiedade e quais suas origens e as sua