O Estado Natural é, por assim dizer, um estado livre de opressão interna e externa, de fixações em imagens, inclusive da autoimagem, não carrega ambições, medos, desejos ou qualquer ideia de presente, passado ou futuro.
Aquele que se assentou em seu Estado Natural, expressão utilizada por U.G Krishnammurti, a qual eu tomo emprestado aqui, não mais verá a si mesmo como alguém especial, importante, um indivíduo acima de todos os sujeitos, superior e dotado de um estado especial, muito pelo contrário, o que é natural não pode ser revindicado por nenhum sujeito.
O Estado Natural revela a solitude como uma realidade intrínseca à natureza, isto quer dizer que àquele ou àquela que se estabeleceu em seu Estado Natural de Ser, se encontra desacompanhado, sem nenhum vínculo, sem nenhuma dívida, sem nenhuma obrigação para com nada ou ninguém, o que não significa que aquele que está em seu estado natural, agirá de forma anti-ética, ao contrário, todos aqueles que aparentemente, pareceram compartilhar a partir desse estado, sempre se demonstraram como um fonte inesgotável de compaixão, para com todos aqueles que não percebem este estado em si mesmos, ainda que essa essência esteja presente em tudo e em todos.
As ações daquele que se encontra assentado em seu Estado Natural, não são oriundas do medo ou do desejo, mas são naturais, não buscam reconhecimento, destaque ou jamais apresentarão qualquer presunção, narcisismo ou vaidade.
As ações nascidas neste estado não buscará resultados, pois não nasce de um anseio pessoal. Suavemente e vigorosamente como às águas que descem a margem de um rio, assim surgem as ações daquele que se encontra em seu Estado Natural, de modo espontâneo.
Ao que tudo indica, o Estado Natural é fruto de um trabalho, sendo um resultado da liberação da ilusão da ignorância, que faz o sujeito acreditar existir separado da existência. Por se tratar de um trabalho, um processo gradativo , contínuo, que requer tempo, para que este estado possa se assentar, se faz necessário.
Este estado é fruto do florescimento das qualidades da Consciência e, representa em diversos aspectos, um trabalho de renúncia, pois enquanto o sujeito se encontra identificado e apegado a sua condição autocentrada e egoica, não é possível encontrar um espaço interior onde sua essência possa ser reconhecida.
Referência:
U.G. Krishnamurti. The Natural State. Edição organizada por Peter Maverick. New Delhi, India 2005
Editora Advaita. Biografia. Uppaluri Gopala Krishnamurti. Site Yoga Brasil 2010 – disponível em: https://www.yogabrasil.org/estudos/biografias/yogis/800-uppaluri-gopala-krishnamurti-krishnamurti-ug. Acesso em:
Imagem utilizada nessa postagem feita pelo fotógrafo Tailândes Sasin Tipchai - seu perfil no instagram: @sasintipchai
O seu blog é espantoso.
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