Aquele que acredita na experiência como a essência de seu próprio ser, se confunde sem notar, em seu senso comum, que por meio da experiência tudo o que fazemos é acumular impressões, registros, memórias e narrativas, como recortes da realidade, que tem por objetivo reforçar uma identidade e comprovar a existência de um sujeito separado na experiência. Toda experiência é mental, e aparece como um lampejo, um fenômeno mutável que aparece para depois desaparecer e, em nada acrescenta ou retira de nossa própria essência, pois a natureza do Ser é imutável. Tudo o que pode ser acumulado, pode vir a se tornar lixo, como uma forma de entulho. A visão fica tolhida por uma espessa camada de impressões de experiências, da vida deste acumulador, desta contração de desejo e medo que é a personalidade. Nessas condições nos sentimos pesados, rígidos, com muitas certezas. Agora que acumulamos um saber baseado na experiência do passado, acreditamos que teremos maior facilidade para li
É lindo observar a abundância e toda a diversidade existente na natureza. Há aproximadamente mais de quatrocentos mil tipos de plantas e flores, catalogadas pela ciência, em nossa Mãe Terra. Em nossa galáxia estimasse existir entre cem a quatrocentos bilhões de estrelas. Estimasse que no corpo humano exista cerca de trinta trilhões de células. Milhares e milhares de processos físico-químicos, construindo uma biologia fascinante e grandiosa e, presente neste instante em seu corpo, um verdadeiro microcosmo. Como vemos, tudo na natureza é abundante, grandioso e colossal. Nossos sentidos captam milhares de cheiros, formas, cores, texturas e sabores, cuja linguagem, limitada em seu poder de descrição, é incapaz de nomear, classificar e traduzir plenamente. Só o senso comum, limitado por crenças, padrões, condicionamentos, acreditará na escassez, c omo nós seres humanos somos capazes de projeta-la diante de um realidade tão abundante? Esta limitada inteligência, nascida de nossas