Pular para o conteúdo principal

Sentimentos Involuntários?



Ter raiva te é prazeiroso? Frustrações te são agradáveis? Mágoa te faz feliz? Ciúme te salva de algo? Tristezas combinam com teus olhos? Carência lhe torna atraente? Julgar te faz melhor do que o outro?

Tudo o que eu sinto são escolhas que faço daquilo que quero sentir.

A primeira vista, depois de anos de hábitos enraizados é difícil para muitos acreditar que suas emoções e seus sentimentos são de fato, escolhas sobre alternativas e possuem origem em interpretações subjetivas que estão sujeitas a tua própria observação, análise e escolha.

No entanto, devido ao condicionamento, muitas de nossas emoções são regidas por hábitos e muitos indivíduos estão presos a roteiros cuja história já está pré-estabelecida muito antes de começar a participar desta produção.

Quando vivemos sobre a superfície de nossas emoções, de nossos sentimentos e de nossos pensamentos nos tornamos espelhos que tão somente refletem modelos de comportamentos que determinam nossa conduta, e mais ainda, determinam o que sentimos, vivenciamos e acreditamos ser.

Eu já estive preso e acorrentado por minhas emoções, já experimentei a gangorra da euforia e da depressão, já sofri por motivos aparementemente incompreensíveis, enquanto meus pensamentos e sentimentos se assemelhavam à cavalos selvagens.

E vivenciar isto nunca se pareceu com uma aventura, com uma jornada de fortes emoções que me tornava mais humano, mas um desequilíbrio insuportável, que transformava a vida numa "dádiva" infernal.

A raiva não surge de um sentimento infantil? De uma atitude prévia de desejar veemente que as pessoas a nossa volta sigam um determinado padrão, que obedeçam as "nossas" regras e que os acontecimentos respeitem o script que nós mesmos estabelecemos?

As frustrações não surgem porque criamos grandes ou pequenas expectativas na esperança da realização de nossos desejos que não são concretizados?

Mágoas não têm origem em nossas frustrações, no sentimento de raiva, no julgamento implacável e em nossa falta de perdão?

Ciúmes não teriam como origem o medo? Assim como a raiva, a mágoa, as frustrações, a carência, a tristeza e o julgamento?

A liberdade está em olhar para dentro de si, se autoconhecer, saber quem somos afinal e a partir do conhecimento das causas de nossas emoções, de nossos sentimentos, podermos estabelecer o efeito que nos convém.

Se soubermos que as frustrações têm como causa as expectativas, porque não abrir mão das expectativas e permitirmos que as nossas ações tenham como motivação o bem estar aqui e agora, independente do que possa resultar o amanhã?

E assim por diante.


A escravidão está em olhar para fora, se observar como uma vítima de acontecimentos fortuitos, reagir de maneira condicionada a estímulos padrões e obedecer a roteiros pré-determinado que te diz o que fazer, como se comportar, independente se os resultados são positivos ou não.


Será mesmo que teus sentimentos são involuntários ou tuas escolhas são inconscientes?


Em determinado nível de sua pisquê realmente eles se parecem involuntários, mas são determinados por tuas associações e interpretações, que são determinantes em suas escolhas.


Cabe a você, a partir do conhecimento de causa continuar a viver como um escravo ou reinvidicar a tua liberdade de ser.


Tuas novas escolhas podem não te trazer resultados imediatos, mas teus antigos hábitos enraizados,  sempre te conduzirão aos mesmos velhos e gastos caminhos.


Viver dentro da matrix não é uma obrigatoriedade é uma opção, lembre-se disso, sempre existirá um outro jeito.

Comentários

  1. Confira o post novo no meu blog que fala de perdão e compaixao divina

    Muito legais os textos do teu blog

    JOVENS REDENTORISTAS – JESUS NUNCA CASTIGOU NINGUÉM, NEM DEU PENITÊNCIAS A CUMPRIR
    http://acasasobrearocha.wordpress.com/2010/12/11/jovens-redentoristas-jesus-nunca-castigou-ninguem-nem-deu-penitencias-a-cumprir/

    Abração

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comente para compartilhar amorosamente aquilo que aqui amorosamente foi compartilhado!

Grato!

Postagens mais visitadas deste blog

A Macro e a Micro-Violência

A violência nunca é um fenômeno individual e isolado, se quer posso crer  na existência de qualquer outro fenômeno que seja completamente individual, porque o individual é reflexo do macro, como o macro é um reflexo do micro, tudo se interpenetra para a criação de um todo, de um conjunto que se interage através de múltiplas vias. A violência é uma linguagem, uma forma de expressão infantil, primitiva, instintiva, reativa de causa complexa e multifacetada, mesmo após diversos estudos realizados nas mais variadas áreas do saber, como a biologia, a antropologia e a psicologia a comunidade científica não responde de forma satisfatória ao dissecar todas as nuances relacionadas ao fenômeno da violência, a não ser hipóteses diversas que ora se encaixam a determinada situação e ora não, mas nunca revelando completamente a chave da questão. Se onde está o problema está também a solução, conhecer as causas da violência torna-se uma questão de fundamental importância ...

Experienciar ou não experienciar, eis a questão! (Quando se confundir com a experiência nos limita)

Aquele que acredita na experiência como a essência de seu próprio ser, se confunde sem notar, em seu senso comum, que por meio da experiência tudo o que fazemos é acumular impressões, registros, memórias e narrativas, como recortes da realidade, que tem por objetivo reforçar uma identidade e comprovar a existência de um sujeito separado na experiência. Toda experiência é mental, e aparece como um lampejo, um fenômeno mutável que aparece para depois desaparecer e, em nada acrescenta ou retira de nossa própria essência, pois a natureza do Ser é imutável. Tudo o que pode ser acumulado, pode vir a se tornar lixo, como uma forma de entulho. A visão fica tolhida por uma espessa camada de impressões de experiências, da vida deste acumulador, desta contração de desejo e medo que é a personalidade. Nessas condições nos sentimos pesados, rígidos, com muitas certezas. Agora que acumulamos um saber baseado na experiência do passado, acreditamos que teremos maior facilidade para li...

O Estado Natural

O Estado Natural é, por assim dizer, um estado livre de opressão interna e externa, de fixações em imagens, inclusive da autoimagem, não carrega ambições, medos, desejos ou qualquer ideia de presente, passado ou futuro. Aquele que se assentou em seu Estado Natural, expressão utilizada por U.G Krishnammurti, a qual eu tomo emprestado aqui, não mais verá a si mesmo como alguém especial, importante, um indivíduo acima de todos os sujeitos, superior e dotado de um estado especial, muito pelo contrário, o que é natural não pode ser revindicado por nenhum sujeito. O Estado Natural revela a solitude como uma realidade intrínseca à natureza, isto quer dizer que àquele ou àquela que se estabeleceu em seu Estado Natural de Ser, se encontra desacompanhado, sem nenhum vínculo, sem nenhuma dívida, sem nenhuma obrigação para com nada ou ninguém, o que não significa que aquele que está em seu estado natural, agirá de forma anti-ética, ao contrário, todos aqueles que aparentemente, pareceram c...