Certa vez, na antiga Grécia, alguns cidadões atenienses decidiram consultar o Oráculo de Delfos e questioná-lo quem era o homem mais sábio de sua época e o Oráculo respondeu: Sócrates! Sócrates para o Oráculo era o homem mais sábio que existia entre todos.
No entanto a máxima socrática era: Tudo quanto sei é que nada sei.
Partindo do ponto de vista de que não há nenhum saber acabado, a afirmação de Sócrates o colocara no auge da sabedoria humana, ao assumir sua própria ignorância ele também poderia admitir a imensidão de todos o mistério que nos rodeia e que portanto, estaríamos sempre imersos no desconhecido, ou seja na ignorância.
Porém preciso aqui fazer uma ressalva, contradizê-lo em suas bases, questioná-lo em suas palavras, assim como ele o fazia com os sábios da época, e aqui humildemente questiono a máxima socrática.
Sócrates afirmava: "Tudo quanto sei é que nada sei" mas, se eu afirmo nada saber, logo estou afirmando saber algo, ou seja, que sei que nada sei, portanto nessas palavras já estão implícitas a idéia de um saber.
Eu posso realizar uma nova afirmação e ir além da máxima socrática e estabelecer um novo postulado filosófico ao dizer:
"Nada do que sei, eu sei se sei"
Ou seja, afirmo aqui que se eu sei alguma coisa, não sei bem ao certo se esta coisa é certa e que portanto eu a saiba verdadeiramente.
Esta afirmação vai muito além da ignorância socrática, porque se nada do que sei eu sei bem ao certo se sei ou não sei, logo este nada não pode abarcar o tudo, afinal talvez eu saiba alguma coisa, porém, mesmo aquela simples coisa que eu acredite saber no fundo eu não saiba realmente, posso ter uma ilusão do saber, alimentar uma fantasia, posso basear-me na experiência e do ponto de vista relativo e do experimento científico comprovar um teoria que, no entanto, do ponto de vista do absoluto poderia não ser real, mas pode ser que eu saiba algo realmente e este saber seja válido.
Resumindo e simplificando: Se afirmo que tudo quanto sei é que nada sei eu estou afirmando saber que eu nada sei, portanto eu sei alguma coisa, a máxima socrática portanto é ambigua e contraditória, agora, a minha afirmação de que “Nada do que sei, eu sei se sei” não se contradiz mas afirma a total ignorância que possuo diante da realidade, pois, eu não sei se o que sei eu verdadeiramente saiba, portanto eu não sei ao menos se sei alguma coisa.
Se eu vivesse na época de Sócrates e fosse novamente perguntado ao Oráculo de Delfos quem era o homem mais sábio de sua época, se a sua resposta tivesse como parâmetro que o mais sábio seria aquele que afirmasse a sua mais plena ignorância duvido muito se eu teria perdido de Sócrates este concurso grego do homem mais sábio do mundo.
Washington de Aquino Vieira
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